
ANTÓNIO LIVRAMENTO
António Livramento foi um dos maiores desportistas portugueses de todos os tempos e a principal figura do hóquei em patins nacional e internacional em toda a história da modalidade.
A sua paixão pelos patins atingiu tal proporção na juventude que rapidamente colocou de lado o sonho infantil de ser futebolista. Quem o acompanhava nesses tempos assegura que Livramento passava 8 horas por dia a patinar e a jogar hóquei.
Com essa base e uma carreira bem longa conseguiu uma harmonia perfeita entre a forma de jogar hóquei e o controlo total do patinar. Uma conjugação que mais ninguém alcançou.
Do Futebol do Benfica passou para o Hóquei do Benfica em 1959. Ainda muito jovem conquistou o título europeu de juniores e brilhou no Mundial de Seniores, revelando que tinha potencial para ir mais longe que a constelação de "astros" de então, onde sobressaía Fernando Adrião.
Nesse ano conquistou o primeiro dos seus títulos mundiais. Repetiria a proeza em 1968 e 1974.
No Benfica foi o grande patrão de uma equipa recheada de excelentes hoquistas. Aí ganhou 6 títulos nacionais e uma Taça de Portugal. Da Luz, onde faz um interregno para representar os italianos do Monza, passou para o clube do banco que representava, o Pinto & Sotto Mayor. A jogar e a treinar levou a equipa ao título da II Divisão.
Os seus últimos grandes sucessos como jogador foram obtidos com a camisola do Sporting ao lado de uma nova geração de jogadores notáveis. Foi em Alvalade, em 1977, que obteve o título que lhe faltava, a Taça dos Campeões Europeus.
Entretanto, Livramento despediu-se da selecção, após ter somado 209 internacionalizações e marcado 425 golos.
A glória que alcançou como jogador repetiu-se quando se dedicou à tarefa de treinador. Orientou a selecção nacional em 10 temporadas, entre 1983 e 1995, alcançando 2 títulos mundiais e 3 europeus.
O Sporting contou de novo com o seu concurso nas novas funções e foi recompensado com 2 campeonatos nacionais, 1 Taça das Taças e 1 Taça CERS.
Em 1998 experimentou uma nova aventura, ao aceitar o cargo de treinador do único grande do desporto português pelo qual não tinha jogado: o FC Porto. Na cidade Invicta levou o clube de novo a campeão nacional, o que já não sucedia a alguns anos. Também venceu a Taça de Portugal e a Super-taça, chegou à final da Liga dos Campeões.